quarta-feira, 2 de julho de 2008

Pedidos de casamento

Os pedidos de casamento sempre me intrigaram. Vêm de um tempo em que o homem é que decidia quando é que ia viver com a mulher, de um tempo em que o sonho maior de uma mulher, ou pelo menos aquele que a deixavam ter, era casar. Mas isso desapareceu. Mudaram-se os tempos. Agora, presumo eu, o casamento nasce de um acordo. O problema é que, já dizia Ovidio, autor de A Arte de Amar ( escrito entre 1 A.C e 1 D.C): "A mulher gosta de ser cortejada". Pode assim o homem cair na esparrela de pedir em casamento sem auscultação prévio, e isso não pode ser! Deviam existir i.e.'s (instruções de execução), talvez até uma folha de excel onde íamos pondo os "OK!" até passarmos 95% dos requisitos, altura em que se podia pedir a rapariga em casamento em total segurança ao mesmo tempo que estava garantido o romantismo que a situação exige! É que depois do "Não!" ficamos numa situação complicada: temos uma relação madura mas não o suficiente para casar, temos uma pessoa ao nosso lado que gosta de nós mas não o suficiente para casar e o pior de tudo: um rombo na conta à custa do anel do noivado. É que ainda por cima o anel é mostrado antes do sim!, caso contrário dava para guardar. Bonito, bonito era: "Aceitas? Então agora sim, toma lá...". Pronto, ela podia engordar ao longo dos anos de tentativas (isto nunca deve ser dito, a verdade é que o anel é que encolheu) e o dedo não caber no anel mas isso trata-se. O importante era mesmo a i.e. e o programa de excel devidamente certificado por uma empresa ou entidade, assim tínhamos para onde refilar se as coisas corressem mal!

Low Rider